É muito comum ouvirmos que o brasileiro é um povo criativo, cheio de ideias e soluções, principalmente no campo dos negócios. Não surpreende sermos um dos países mais empreendedores do mundo, segundo o estudo Global Entrepreneurship Monitor, organizado pela Babson College, nos Estados Unidos. Acontece que, em contrapartida, na maioria dos casos, o orçamento da família brasileira é apertado e, por este motivo, fica difícil aplicar recursos na realização do sonho de abrir uma empresa.
Isso não quer dizer, no entanto, que devemos abandonar as esperanças. Será que existe alguma maneira de tirar as ideias do papel sem recursos? Apesar de ser uma tarefa difícil, sim, é viável. Existem, inclusive, diversas formas para conseguir realizar esse feito. Resolvemos trazer um guia completo para orientá-lo a respeito das diferentes maneiras para se levantar uma empresa do zero.
A importância do plano de negócios ao abrir uma empresa
Se você já começou a elaborar as primeiras pesquisas a respeito de empreendedorismo, certamente já deve ter ouvido sobre a importância do plano de negócios para o sucesso da empresa. Mas qual pode ser a utilidade dele em um negócio embrionário? A resposta é: toda! Ter um plano de negócios significa estruturar as bases do seu empreendimento através de muito estudo e pesquisa.
Com ele, você terá dimensão de todas as características do mercado que pretende se envolver, analisando aspectos como: o enquadramento tributário da empresa, público-alvo do segmento pretendido, investimento inicial a ser realizado, estudo da concorrência e precificação das mercadorias ou serviços, dentre outros.
“Ok, mas ainda não entendi como isso pode me ajudar a criar uma empresa sem dinheiro.” É simples: com esse planejamento em mãos, você terá a chave para abrir portas. Muitos investidores, bancos e até possíveis sócios só oferecerão crédito se você tiver toda uma estrutura pronta, com riscos calculados e com um apontamento seguro sobre o potencial do negócio, o que nos leva ao nosso segundo ponto.
Conseguindo financiamentos, empréstimos e investimentos
Para conseguir o capital necessário, você deve ir atrás de pessoas interessadas no seu negócio. Por um lado, existem os bancos e outras instituições financeiras, principalmente as governamentais, como o BNDES e a Caixa, que oferecem incentivos para novos empreendedores, normalmente com taxas de juros abaixo do mercado. Existe, inclusive, uma nova iniciativa do Governo Federal chamada Start Up Brasil, que oferece bolsas de até R$ 200 mil e apoio logístico para novos empreendimentos. Fique atento, pois a nova rodada desse programa será no segundo semestre deste ano.
A segunda possibilidade é buscar investidores ou sócios, apresentando o plano de negócios e um bom discurso de venda. No entanto, é preciso estabelecer acordos e regras com essas pessoas. O primeiro passo é definir como serão as repartições de lucros e a função de cada um na empresa. Se você ficar com as atividades de gerenciamento, por exemplo, também é fundamental que seja definido um pro-labore, ou seja, um salário fixo para facilitar o dia a dia financeiro e evitar problemas com a fiscalização trabalhista.
É preciso lembrar que, assim como os programas governamentais, existem diversos eventos da iniciativa privada que promovem encontros entre investidores e aspirantes a empreendedor. São os chamados investidores-anjo. Instituições como a Fiesp e Conaje, dentre muitas outras, costumam realizar esses eventos. Por isso, é preciso estar sempre atento aos noticiários e aproveitar essas chances.
A burocracia para a abertura de uma empresa
Apesar dos avanços tecnológicos, ainda há uma enorme burocracia para abrir uma empresa no Brasil. Além disso, este também é um momento oneroso para o empreendimento. Estudos da Firjan apontam que os custos costumam girar em torno de R$ 2 mil reais, sendo que esse valor pode variar 274% entre os estados, dependendo das taxas e do tamanho do negócio.
O primeiro passo é definir se o nome e o objeto social que você pretende atribuir à empresa encontra-se disponível, para então dar início à elaboração do contrato social, com firma reconhecida em cartório e assinatura de um advogado. Com essa etapa concluída, você deve efetuar o registro da empresa na Secretaria da Fazenda Estadual, na Receita Federal e na Junta Comercial.
Por fim, você deve procurar a prefeitura, para também realizar os registros na esfera municipal. Cada cidade terá exigências próprias, inclusive diferenças em relação ao uso da tecnologia para o procedimento, mas, de uma forma geral, também serão necessários o reconhecimento da firma e a assinatura.
Lembre-se de registrar sua empresa no modelo de tributação mais apropriado, que pode variar de acordo com a natureza do seu negócio. Existe, por exemplo, a figura do Simples Nacional, ideal para pequenas empresas. Essa etapa deve ser realizada, inclusive, no momento em que você estiver elaborando o seu plano de negócios.
Enfim, empresário
Começar uma empresa sem recursos não é fácil, mas, caso você tenha sucesso, saiba que os desafios apenas começaram. A partir de agora, você terá que investir em profissionalização, garantindo uma gestão aprimorada e um planejamento estratégico eficaz para dar prosseguimento ao crescimento do negócio.
Outra responsabilidade será no setor financeiro. Uma boa organização dos fluxos de caixa, estoques e dívidas é o que mantém a maioria das empresas ativas no mercado. Portanto, fique atento a todas as etapas do negócio: da abertura à gestão diária!
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